Segurança Viária

Explicando de forma simples os elementos de segurança viária

Criar estradas seguras é um investimento que pode gerar benefícios não apenas para usuários mas também para gestores de rodovias, concessionárias e construtoras. Entretanto, muitas vezes quem não é da área técnica não conhece a importância dos elementos da segurança viária e tem dificuldades em compreender a real necessidade deles.

Nesses casos, cabe ao projetista defender o seu trabalho e mostrar aos gestores e diretores que investir em segurança é importante para todo mundo. Nós sabemos que essa não é uma tarefa fácil, e que traduzir tantos nomes técnicos para uma linguagem não técnica pode ser um grande desafio.

Pensando em ajudá-lo nessa missão, preparamos este material. Continue lendo e aprenda como apresentar seu projeto e explicar os elementos de segurança viária de forma simples!

Como apresentar um projeto de segurança viária para um não-projetista

Os responsáveis pela aprovação do projeto geralmente são gerentes, diretores ou acionistas que não necessariamente têm uma formação técnica. Mesmo quando eles vêm dessa área, não quer dizer que estejam tão envolvidos ou atualizados com as novas normas e a parte técnica quanto os projetistas e engenheiros que trabalham diretamente no projeto.

Frequentemente eles terão uma visão mais financeira e, ao contrário dos projetistas, estão bastante preocupados com as cifras — talvez até mais do que com os detalhes do projeto. É claro que os números financeiros são importantes para qualquer negócio, e o projetista, por sua vez, também precisa ter em mente o custo-benefício do projeto.

Por isso, toda vez que alguém da área técnica precisar apresentar um projeto de segurança viária, deve se colocar no papel dessas pessoas e pensar como o seu projeto — e a segurança embutida nele — pode gerar retorno para a companhia.

Quais tipos de informações devem ser destacadas

Mesmo que alguns termos, normas e conceitos sejam extremamente óbvios para você, eles podem ser desconhecidos e complexos para quem não é projetista.

Por isso, sempre trabalhe com a possibilidade de que você vai estar falando para uma audiência leiga e busque trazer as informações para o universo dessas pessoas. Quando usar termos técnicos, explique-os brevemente e apresente exemplos práticos de aplicação.

Por exemplo, quando falar em workzone, explique o que é e como essa área na rodovia pode impedir a ocorrência de um acidente mais grave, com consequências que poderiam ser evitadas ou minimizadas.

Se falar em severidade do impacto, ASI e THIV, pode usar exemplos mais simples sem a necessidade de mencionar tantas siglas que, por muitas vezes, não fazem sentido para quem está recebendo a informação.

Além de tentar simplificar esses conceitos técnicos, o projetista também precisa buscar argumentos que justifiquem o investimento em segurança. Para isso você pode mostrar que a diminuição dos acidentes é benéfica não apenas em termos de salvamento de vidas humanas, mas também pode representar redução de custos.

O investimento em capacitação de conceitos de segurança tanto para projetistas de geometria quanto de drenagem pode, com conceitos simples, reduzir o volume de investimento em equipamentos e sem perder o foco da segurança do usuário da rodovia.

Outro tema difícil de explicar e justificar para construtoras e sinalizadoras é o investimento em amortecedores pontuais para veículos que estão realizando manutenções na rodovia. Esse certamente será um assunto que abordaremos com mais profundidade em novos posts.

Alguns argumentos podem ajudar nisso. Por exemplo, as indenizações por morte cresceram 42% no Brasil entre agosto de 2016 e agosto de 2017, o que representa mais custo para o Estado. Além disso, as concessionárias podem responder judicialmente por danos sofridos nas rodovias, além de terem custos com atendimentos às vítimas.

Segundo estatísticas do departamento de trânsito dos Estados Unidos, a realização de auditorias de segurança nas estradas gera grandes benefícios. Durante um programa de inspeção implementado na Carolina do Sul, foram realizadas 9 melhorias nas estradas. Essas intervenções geraram redução de 60% dos acidentes e economia de 3,66 milhões de dólares.

Ou seja, investir em segurança não apenas salva vidas de motoristas, pedestres e demais usuários das rodovias, mas também poupa custos para quem as administra.

Também pode-se abordar a escolha de materiais e itens de segurança pela ótica de custos de instalação e manutenção. A ideia é buscar as melhores práticas para garantir a segurança e utilizar novos materiais, comprovados por crash tests e aprovados por normas internacionais de segurança.

Portanto, a recomendação é que os projetistas sempre destaquem termos técnicos de forma tangível para quem não é da área e abordem, ainda, os benefícios econômicos do aumento da segurança.

Vale apena ressaltar que hoje a tecnologia disponibiliza inúmeros recursos de imagens e vídeos em que se pode explicar, exemplificar determinado tema e futuramente transportar o gestor por meio de realidade virtual ou realidade aumentada para o tema abordado. Isso já acontece em outras áreas e está disponível para o mercado

Como explicar a importância de determinados dispositivos de contenção

Os dispositivos de contenção, em especial as barreiras metálicas, estão entre os principais sistemas para garantir a segurança viária. Na ausência deles, um acidente simples pode se agravar consideravelmente, por exemplo, se o veículo atingir pedestres, outros carros, uma árvore ou um poste.

Nesse sentido, essas contenções servem não apenas para proteger o motorista em si, mas também os passageiros do carro e demais usuários das vias e suas proximidades. Para explicar a necessidade de tais medidas de segurança, podemos usar o conceito de “rodovia que perdoa”.

Quem projeta e constrói rodovias deve ter em mente que os usuários são passíveis de erros e distrações. A função da rodovia é não punir os envolvidos em tais erros com a própria vida, principalmente se estes erros podem ser previstos antecipadamente. Ou seja, a malha viária deve ser pensada para absorver os erros humanos e minimizar os impactos de eventuais acidentes.

Em um levantamento feito nas estradas de São Paulo, a concessionária responsável apontou a adoção do conceito de “rodovia que perdoa” como uma das causas da redução dos acidentes em 21,8%.

O uso de Big Data entrelaçado com os conceitos fundamentais de estatísticas podem não apenas dar subsídios para uma escolha, mas também mudar a forma de enxergar um determinado investimento.

A necessidade do compromisso com a segurança por todos os envolvidos no trânsito

Para finalizar, não podemos deixar de frisar que o Brasil tem um dos maiores índices de morte no trânsito na América Latina, e que cabe a todos os envolvidos mudar essa estatística. Sejam projetistas, gestores de construtoras ou concessionárias, pedestres ou motoristas, todos devem pensar na segurança viária como um compromisso.

Portanto, na hora de apresentar os elementos da segurança viária, cabe ao projetista tirar essas informações da área técnica e levar para exemplos do dia a dia das pessoas. O investimento em dispositivos de segurança e contenção pode ser justificado não apenas pela importância das vidas humanas, mas também pelo potencial de economia de custos e recursos que a redução de acidentes possui.

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