Inovação

Carros conectados: quais as vantagens para a segurança nas rodovias?

O desenvolvimento da tecnologia e o surgimento de novos conceitos, como Internet das Coisas (IoT) e Indústria 4.0, modificam incessantemente a forma como nos comunicamos. Essas novas soluções têm sido aplicadas também na indústria automobilística.

Os carros conectados são um dos principais reflexos do avanço tecnológico aproveitado por montadoras e fabricantes. Mais do que transportar motoristas e passageiros, eles se tornaram alternativas com uma imensa capacidade computacional, que oferece diversas vantagens a seus usuários, além de ampliar a segurança.

Neste artigo, apresentaremos alguns desses benefícios, como as fabricantes globais têm avançado na oferta de novas soluções aos seus clientes e de que forma isso pode diminuir acidentes. Acompanhe!

O que são carros conectados?

Os carros conectados são os veículos equipados com qualquer variedade de sensores que permitem comunicação com o motorista, outros veículos e a infraestrutura rodoviária. Eles utilizam a nuvem para melhorar a segurança do veículo e a experiência de quem dirige.

Assim, o carro conectado é capaz de otimizar a comunicação de sua própria operação e manutenção, além de oferecer comodidade e conforto ao motorista e aos passageiros, por meio da conectividade com outras pessoas, serviços e automóveis.

Vantagens dos carros conectados

O uso de sensores, apoiados pela tecnologia de cloud computing, oferece uma série de vantagens aos usuários desses veículos, como infoentretenimento, geolocalização, eficiência em diagnóstico e segurança.

O veículo pode se conectar a aplicativos de smartphone, recorrer a comandos de voz, aproveitar a tecnologia bluetooth ou usar serviços de assistência que alertem o motorista sobre o momento em que deve iniciar um percurso para chegar a tempo a um compromisso.

Entre as diferentes vantagens relacionadas à segurança viária e conforto para os usuários de rodovias, podemos citar:

  • notificações sobre tráfego ou colisões no trajeto, com orientações em tempo real e sugestões de mudança de rota e desvios;
  • localização de pontos de assistência e postos de gasolina na rodovia, para situações, por exemplo, como baixo nível de gasolina ou necessidade de trocas de pneus;
  • contato com equipes de assistência na estrada em casos de acidente ou outro perigos, com conexões a autoridades e serviços de resgate.
  • alertas do próprio automóvel sobre necessidade de manutenção ou falhas no freio, por exemplo, e prognósticos sobre iminentes falhas.

A evolução dos automóveis não é apenas um caminho natural para esse mercado, mas obrigatoriedade para que as montadoras se mantenham competitivas. De acordo com a pesquisa “Connected Car Consumer Survey”, realizada pela McKinsey, 13% dos consumidores de países como Brasil, Alemanha e Estados Unidos já não consideram a compra de um novo veículo sem acesso à Internet, enquanto mais de 25% priorizam a conectividade do automóvel em relação a potência do motor e eficiência de combustível.

Ao atender aos anseios dos consumidores que planejam comprar novos veículos, as montadoras, consequentemente, ampliam seus ganhos financeiros. Segundo pesquisa da KPMG, que ouviu executivos das principais empresas automotivas do mundo, 76% dos entrevistados dizem que um carro conectado gera mais fluxos de receita do que 10 carros convencionais.

A seguir, mostramos como a indústria automobilística tem aproveitado as novas tecnologias para oferecer novas soluções aos seus clientes. Continue a leitura e veja alguns exemplos.

Como outras tecnologias têm sido aplicadas na indústria automobilística?

Nos últimos anos, diversos testes têm sido realizados, assim como o mercado automobilístico avançou na fabricação de novos modelos com diferentes tecnologias. Carros autônomos, semiautônomos e elétricos se tornarão cada vez mais comuns no cotidiano de motoristas e passageiros.

Carros autônomos

Esses veículos são totalmente automatizados ou autodirigidos. São capazes de funcionar sem a necessidade de um motorista para controlar direção, aceleração ou frenagem. Podem ser computadorizados ou assistidos por um computador conduzido, com diversos níveis de autonomia e intercâmbio de dados.

Um dos principais movimentos no mercado em direção a essa alternativa é feito pela Uber. A empresa que revolucionou o modelo de transporte planeja comprar até 24 mil carros autônomos da Volvo. Assim, a companhia deixará de ser apenas um aplicativo para intermediar o contato entre motoristas e passageiros para ser proprietária e operadora de uma frota de veículos.

Carros semiautônomos

Enquanto os veículos autônomos devem se consolidar no mercado em um futuro próximo, já é possível ter acesso a automóveis com capacidade de realizar algumas funções básicas de forma autônoma.

Os semiautônomos são capazes de acelerar, frear, manter distância segura para o veículo a frente, ficar dentro da faixa e fazer curvas. No Brasil, quatro modelos, com preço superior a R$ 200 mil, já estão à venda: Audi A5, BMW Série 5, Mercedes-Benz Classe E e Volvo XC90.

Carros elétricos

Os veículos elétricos são uma tecnologia que já se consolidou no mercado automobilístico. Em 2017, praticamente todas as grandes fabricantes globais anunciaram investimentos em carros elétricos ou eletrificados. Essa é uma demanda para reduzir as taxas de emissão de poluentes e pode ser oferecida também por veículos híbridos ou movidos a células de combustível.

O principal expoente em carros elétricos é a Tesla, encabeçada por Elon Musk. Todavia, as principais fabricantes globais já trabalham para oferecer essas soluções aos seus consumidores.

Para competir com a Tesla, a Volkswagen planeja investir mais de 50 bilhões de euros no desenvolvimento de carros elétricos. Já a GM informou que terá em sua linha 20 carros totalmente elétricos e movidos a célula de combustível até 2023.

A Ford, por sua vez, cortou custos em outras áreas para ampliar seu desenvolvimento em veículos elétricos, enquanto a Toyota anunciou a intenção de vender anualmente 5,5 milhões de veículos eletrificados até 2030.

Como as novas tecnologias alteram a segurança viária?

Embora possam diminuir a emissão de poluentes e oferecer diferentes vantagens aos motoristas, as novas tecnologias da indústria automobilística ampliam a discussão sobre soluções em segurança viária.

Segundo o departamento de trânsito da Califórnia, onde há o maior volume de testes em todo o mundo, os carros autônomos têm avançado no sentido de necessitarem cada vez menos de intervenção humana. Nos ensaios realizados em 2017, os carros da Alphabet, vinculada ao Google, aumentaram as distâncias percorridas sem que motoristas interviessem.

Os veículos da Waymo, a divisão da Alphabet responsável por carros autônomos, precisaram ser assumidos por um motorista uma vez a cada 9.000 km — contra 8.200 km percorridos no ano anterior e 5.500 km em 2015.

Intervenção humana e redução de acidentes

A diminuição da intervenção dos motoristas pode indicar um avanço em segurança para usuários de rodovias, já que, segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária, 90% dos acidentes de trânsito no Brasil ocorrem por falha humana — o mesmo índice é indicado em estudos norte-americanos.

A intervenção humana tende a ficar cada vez mais restrita. A partir de abril de 2018, os carros autônomos estão autorizados pelo governo da Califórnia a trafegar sem supervisão — atualmente, sempre há uma pessoa a bordo para assumir a direção em caso de emergência.

A General Motors divulgou que lançará em 2019 um modelo sem volante, pedais e alavanca de câmbio. Inicialmente, a ideia da GM  é utilizar o Cruise AV em frotas de táxis disponíveis ao público por meio de um aplicativo.

Para que esse modelo opere sem volante, pedais e câmbio, a GM informou que o Cruise AV usa cinco liDARs, 16 câmeras e 21 radares para processar as informações do mundo real e fazer interpretações no mundo virtual. Esse equipamento fica posicionado, principalmente, em um grande compartimento sobre o teto do carro.

Quais as vantagens de segurança dos carros conectados?

Como vimos, as falhas humanas são as principais responsáveis por acidentes automobilísticos. Entre as principais vantagens dos carros conectados para a segurança viária está a possibilidade de os motoristas acessarem serviços de smartphone por comandos de voz e, assim, não perderem o foco na rodovia.

Porém, há plataformas de conectividade capazes de oferecer ainda assistentes de emergência, que, em caso de acidente, transmitem informações por uma chamada automática entre o carro e o serviço de emergência local, auxiliando o resgate mesmo que os ocupantes do veículo estejam inconscientes.

Entre as soluções oferecidas pela Tesla, há veículos que possuem sistemas de direção assistida, que avisam motoristas sobre riscos de colisão e podem até mesmo assumir a direção em rodovias, freando o automóvel.

Carros autônomos podem ser considerados confiáveis?

Embora diversas montadoras e empresas de outros mercados, como o Google, estejam se dedicando ao desenvolvimento de carros autônomos, há ainda a preocupação do quanto essas soluções serão confiáveis.

Em março, um carro autônomo do Uber atropelou uma ciclista em Tempe, no Arizona (EUA). Elaine Herzberg, de 49 anos, não resistiu aos ferimentos causados pelo impacto do veículo e morreu. O acidente fatal despertou atenção especial sobre a segurança de carros autônomos.

Todavia, a polícia local, após analisar imagens do acidente, indicou que nem motoristas humanos teriam evitado o atropelamento, já que a ciclista atravessava a rua fora da faixa de pedestres em um local escuro. O carro contava com um supervisor do Uber, que pode ser responsabilizado por sua falta de atenção no momento do acidente.

Os veículos podem ser divididos em uma escala de 6 níveis de automação, desde carros sem autonomia até os carros com automação completa, que devem ser testados apenas na próxima década. Como todos os processos evolutivos de sistemas, as falhas não são totalmente evitáveis. Porém, as empresas que desenvolvem essa tecnologia trabalham para mitigá-las ao máximo — evitando fatalidades, sobretudo aquelas que envolvem erros humanos.

As tendências dos últimos anos indicam que novas tecnologias surgirão no mercado automobilístico em ritmo cada vez mais rápido. Soluções como as dos carros conectados ampliam o conforto e a segurança de motoristas e passageiros.

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